Banco do Brasil (BBAS3) vale a pena?
As ações do Banco do Brasil têm mostrado recuperação em 2016, mesmo com o lucro líquido da companhia sendo abaixo do que os divulgados em 2015. Com a recessão econômica do país, o setor financeiro se prejudica com o aumento da inadimplência, a redução de empréstimos para pessoa física e jurídica e menor retorno sobre o capital.
Entretanto, desde que Michel Temer assumiu a presidência do Brasil, as ações das empresas financeiras vêm mostrando recuperação. O governo Temer representa uma confiança maior para os investidores, com um controle maior dos gastos públicos e reforma da previdência, por exemplo. Atrelado a isso, indicadores internos aumentam essa confiança: queda da inflação e diminuição da taxa básica de juros. O PIB esperado para 2017, segundo o relatório Focus, é de crescimento de 1,20% (04/11/2016), revertendo dois anos consecutivos de queda. Logo, a expectativa que a economia do Brasil melhore a partir de 2017 gera um otimismo para o setor financeiro, o qual se beneficia desse cenário macroeconômico.
Porém, a eleição dos Estados Unidos gerou incerteza aumentando a volatilidade no mercado acionário. Se Donald Trump realizar tudo que prometeu em sua campanha, é provável que o crescimento futuro esperado seja mais cauteloso do que o previsto anteriormente. Diante disso, as ações despencaram nessa semana, caindo mais de 15% em 5 dias de negociação.
Tomando como base os indicadores e os resultados divulgados pela empresa, fizemos uma análise por desconto de dividendos para a BBAS3. Atribuímos 2 cenários prováveis para o ativo: um cenário esperado, com aumento de ROE a partir de 2017 (o esperado para 2016, segundo a perspectiva divulgada pela empresa é de 9%), e um cenário pessimista, com o ROE de 9% permanecendo constante até 2018, e com a melhora gradativa com o decorrer dos anos. Obtivemos um valor justo da ação, atribuindo uma probabilidade para os dois cenários, e chegamos a um valor de aproximadamente R$26,00 por ação. Nesta sexta-feira (11/11/2016) a cotação das ações do Banco do Brasil fechou a R$23,76, indicando estar subavaliada.
Apesar da situação atual complicada e a volatilidade esperada nos próximos pregões, a ação pode ser uma alternativa para os investidores que pretendem entrar no setor visando o médio prazo.
ATENÇÃO: Esta publicação assim como todas as demais desse blog são feitas por estudantes da UFPB. Qualquer posicionamento aqui não deve ser entendido como recomendação de compra ou venda, pois tem o propósito de aferição e disseminação de conhecimento.