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Entendendo o que é Valuation


Neste post iremos tratar sobre os aspectos iniciais de uma Valuation, conhecer as principais escolas de precificação e entender um pouco sobre as abordagens mais usadas em uma avaliação. Foram utilizados como base os livros: Como precificar ações, de Alexandre Póvoa, e Avaliação de investimentos, de Aswath Damodaran.


Valuation trata-se da avaliação de empresas de acordo com os fundamentos presentes em sua estrutura, sejam micro ou macroeconômicos, objetivando encontrar um valor justo para seus ativos. Apesar dos métodos utilizados serem de natureza quantitativa não se pode afirmar um valor exato de um ativo, já que são consideradas nas análises muitas variáveis qualitativas, comportamentos incomuns e a ausência de dados.


Indiretamente são levados em consideração alguns aspectos tão presentes no mundo financeiro como nas atividades diárias de uma pessoa, uma delas é a relação preço e valor, em que o preço é um fato econômico decorrente do encontro entre as curvas de oferta e demanda, ou seja, quando compradores e vendedores atingem um preço de equilíbrio para determinado produto. Já a ideia de valor é algo muito intrínseco de quem está avaliando a importância e a utilidade que atribui a determinado objeto.


Outra relação que tem bastante impacto em qualquer avaliação de empresas é a de risco e retorno, que expressa o quanto um investidor está disposto a assumir em probabilidade de perda para atingir uma certa rentabilidade, ou seja os ganhos futuros de capital que ele espera receber com o crescimento da empresa, seja em dividendos ou na evolução do preço da ação.


Duas principais escolas disputam o domínio da precificação de ativos, a Escola Gráfica e Técnica, e a Escola Fundamentalista. A Escola Gráfica e Técnica assume implicitamente a teoria da eficiência dos mercados, ou seja, todos os investidores tem acesso à informação e as decisões tomadas com base nas informações divulgadas serão as mais racionais possíveis.


A principal característica da Escola Gráfica, como o próprio nome já diz, são os gráficos que servem como principal instrumento para prever momentos de compra e venda de ações, as figuras mais comuns são “ombro cabeça ombro”, linhas de tendência, médias móveis entre outros.


Já a Escola Técnica utiliza métodos matemáticos para analisar tendências de preços e relacionar os volumes e a respectiva força nas altas/baixas das cotações. Ao contrário da análise gráfica, na análise técnica as previsões são realizadas com o uso de indicadores, tendo o índice de força relativa como o mais utilizado.


Em contrapartida, a Escola Fundamentalista lida com os fundamentos macroeconômicos, setoriais e relativos especificamente a determinada empresa. Ela assume que as informações de mercado são assimétricas, ou seja, nem todas as informações são disponibilizadas a todos os investidores, e estes por sua vez, não são capazes de compreender, relacionar e tomar uma decisão ótima com base nessas informações. Assim como a avaliação de empresas, a Escola Fundamentalista tem como principal objetivo atingir um valor justo para um ativo, sendo a principal fonte de dados em qualquer processo de Valuation.


Partindo da escola fundamentalista, o principal expoente na avaliação de empresas, Aswath Damodaran apresenta as principais abordagens de avaliação para empresas que são: avaliação por fluxo de caixa descontado, avaliação relativa e avaliação por direitos contingentes.


A avaliação por fluxo de caixa descontado fundamenta-se na regra de “valor presente”, onde o valor de qualquer ativo é o valor presente dos fluxos de caixa futuros dele esperados. Há duas maneiras de calcular o fluxo de caixa descontado, a avaliação de patrimônio liquido em que são considerados os dividendos distribuídos e o custo de capital próprio em um horizonte de tempo; e a avaliação da empresa que considera os fluxos de caixa da empresa em determinado período e a taxa de desconto, normalmente sendo usado o wacc.


Outra abordagem bastante utilizada é a avaliação relativa ou por múltiplos (temos um post que trata exclusivamente deste tema, clique aqui), que utiliza ativos comparáveis entre empresas para encontrar o valor de um ativo, esse ativo “em comum” pode ser:


  • Lucro

  • Fluxo de caixa

  • Valor contábil

  • Receitas


As principais vantagens da avaliação relativa são o pequeno número de dados necessários, a rapidez da avaliação e sua capacidade de refletir o comportamento do mercado. Apesar dos pontos fortes, a avaliação relativa também possui algumas deficiências como a necessidade de ajustes em alguns ativos, não verificar se o mercado está sobreavaliado ou subavaliado e, por último, encontrar uma empresa “comparável”, pois apesar de pertencerem ao mesmo setor, as características de uma empresa para outra podem divergir bastante.


Por último temos a avaliação por direitos contingentes, que será pouco abordada por não ser nosso objetivo abordar o mercado de opções, mas trata-se de um ativo que se paga apenas sob determinadas contingências, ou seja, se seu valor exceder um valor preestabelecido para uma opção de compra ou atingir um valor menor preestabelecido para uma opção de venda. A regra geral é, se este ativo alcançar um valor que compense o direto de compra ou venda, ele vale a diferença, caso contrário nada vale.

 

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